domingo, 29 de janeiro de 2023

TEMPO DA QUARESMA

 


O que é a Quaresma? Desde quando a vivemos? Qual é o seu sentido?

Chamamos Quaresma ao período de quarenta dias (quadragesima) dedicado à preparação da Páscoa. Desde o século IV manifesta-se a tendência para apresentar como tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência.

“Todos os anos, pelos quarenta dias da Grande Quaresma, a Igreja une-se ao mistério de Jesus no deserto”(Catecismo da Igreja Católica, 540). Ao propor aos seus fiéis o exemplo de Cristo que se retira para o deserto, prepara-se para a celebração das solenidades pascais, com a purificação do coração, uma prática perfeita da vida cristã e uma atitude penitencial.

Contemplar o mistério

Não podemos considerar esta Quaresma como uma época mais, repetição cíclica do tempo litúrgico; este momento é único; é uma ajuda divina que é necessário aproveitar. Jesus passa ao nosso lado e espera de nós – hoje, agora – uma grande mudança.  Cristo que passa, 59.

 

Quando começa e termina o tempo da Quaresma? Quais os dias e os tempos penitenciais? O que se deve viver nas suas sextas-feiras ?

A Quaresma começa na quarta-feira de Cinzas e termina imediatamente antes da Missa Vespertina in Coena Domini (quinta-feira Santa). “Na Igreja universal são dias e tempos penitenciais todas as sextas-feiras do ano (em memória da morte do Senhor) e o tempo da Quaresma.” (Código de Direito Canónico, 1250) Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e missionárias). Catecismo da Igreja Católica, 1438

Lembrando o dia em que Jesus Cristo morreu, “Guarde-se a abstinência de carne ou de outro alimento segundo as determinações da Conferência episcopal, todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.” (Código de Direito Canónico, 1251).

Contemplar o mistério

O chamamento do Bom Pastor chega até nós: Ego vocavi te nomine tuo, Eu chamei-te, a ti, pelo teu nome! É preciso responder – amor com amor se paga – dizendo-Lhe Ecce ego quia vocasti me – chamaste por mim e aqui estou! Estou decidido a que não passe este tempo de Quaresma como passa a água sobre as pedras, sem deixar rasto. Deixar-me-ei empapar, transformar; converter-me-ei, dirigir-me-ei de novo ao Senhor, querendo-Lhe como Ele deseja ser querido. Cristo que passa, 59.

 

O que é a quarta-feira de Cinzas? Quando começou a prática da imposição das cinzas? Quando se benzem e se impõem? De onde provêm as cinzas? O que simbolizam as cinzas?

A quarta-feira das Cinzas é o princípio da Quaresma, dia especialmente penitencial, em que os cristãos manifestam o desejo pessoal de conversão a Deus. A imposição das cinzas é um convite a percorrer o tempo da Quaresma como uma imersão mais consciente e mais intensa no mistério pascal de Jesus, na sua morte e ressurreição, mediante a participação na Eucaristia e na vida de caridade. A origem da imposição das cinzas pertence à estrutura da penitência canónica. Começa a ser obrigatória para toda a comunidade cristã a partir do século X. A liturgia atual conserva os elementos tradicionais: imposição das cinzas e jejum rigoroso.

A imposição das cinzas é um convite a percorrer o tempo da Quaresma como uma imersão mais consciente e mais intensa no mistério pascal de Jesus, na sua morte e ressurreição, mediante a participação na Eucaristia e na vida de caridade.

A bênção e imposição das cinzas realiza-se dentro da Missa, depois da homilia, embora em circunstâncias especiais se possa fazer dentro de uma celebração da Palavra. As fórmulas de imposição das cinzas inspiram-se na Sagrada Escritura (Gn 3, 19 e Mc 1, 15). As cinzas procedem dos ramos benzidos no Domingo da Paixão do Senhor, do ano anterior, seguindo um costume que remonta ao século XII. A fórmula da bênção lembra a condição de pecadores de quem as vai receber. Simboliza a condição débil e caduca do homem, que caminha para a morte, a sua situação pecadora, a oração e a prece ardente para que o Senhor venha em seu auxílio, a Ressurreição, já que o homem está destinado a participar do triunfo de Cristo.

Contemplar o mistério

Quanto mais de Cristo fores, maior graça terás para a tua eficácia na terra e para a felicidade eterna.
Mas tens de decidir-te a seguir o caminho da entrega: a Cruz às costas, com um sorriso nos lábios, com uma luz na alma. Via Sacra, II Estação, Jesus toma a sua Cruz.

 

A Igreja, na Quaresma, convida a quê?

A Igreja convida os seus fiéis a fazerem deste tempo como que um retiro espiritual em que o esforço de meditação e de oração deve ser sustentado por um esforço de mortificação pessoal cuja medida é deixada à livre generosidade de cada um.

Bem vivida, a Quaresma conduz a uma conversão pessoal autêntica e profunda, a fim de participar na festa maior do ano: o Domingo da Ressurreição do Senhor.

Contemplar o mistério

Há no ambiente uma espécie de medo da cruz, da Cruz do Senhor. Tudo porque começaram a chamar cruzes a todas as coisas desagradáveis que acontecem na vida, e não sabem aceitá-las com sentido de filhos de Deus, com visão sobrenatural.
Até tiram as cruzes que os nossos avós levantaram nos caminhos!
Na Paixão, a Cruz deixou de ser símbolo de castigo para se converter em sinal de vitória. A Cruz é o emblema do Redentor: in quo est salus, vita et ressurrectio nostra, ali está a nossa salvação, a nossa vida e a nossa ressurreição. Via Sacra, II Estação: Jesus toma a sua Cruz.

 

O que é a penitência? De que modo a penitência se revela na vida cristã?

A penitência é a tradução latina da palavra grega metanoia que na Bíblia significa conversão (mudança espiritual) do pecador. Designa todo um conjunto de atos interiores e exteriores dirigidos à reparação do pecado cometido, e o estado das coisas que daí redunda para o pecador. À letra, mudança de vida diz-se do ato do pecador que volta a Deus depois de ter estado afastado d’Ele, o do incrédulo que alcança a Fé.

“A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os Padres insistem sobretudo em três formas: o jejum, a oração e a esmola que exprimem a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros. A par da purificação radical operada pelo Batismo ou pelo martírio, citam, como meios de obter o perdão dos pecados, os esforços realizados para se reconciliar com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade «que cobre uma multidão de pecados» (1 Pe 4, 8)”. Catecismo da Igreja Católica, n.1434.

Estas e muitas outras formas de penitência podem praticar-se na vida quotidiana do cristão, em particular no tempo da Quaresma e nas sextas-feiras, dia penitencial. Compêndio do Catecismo, 301.

Contemplar o mistério

A conversão é coisa de um instante; a santificação é tarefa para toda a vida. A semente divina da caridade, que Deus pôs nas nossas almas, aspira a crescer, a manifestar-se em obras, a dar frutos que correspondam em cada momento ao que é agradável ao Senhor. Por isso, é indispensável estarmos dispostos a recomeçar, a reencontrar – nas novas situações da nossa vida – a luz, o impulso da primeira conversão. E essa é a razão pela qual havemos de nos preparar com um exame profundo, pedindo ajuda ao Senhor para podermos conhecê-Lo melhor e conhecer-nos melhor a nós mesmos. Não há outro caminho para nos convertermos de novo. Cristo que passa, 58.

A conversão é coisa de um instante; a santificação é tarefa para toda a vida. A semente divina da caridade, que Deus pôs nas nossas almas, aspira a crescer, a manifestar-se em obras.

 

O que é a conversão? Por que têm de se converter os cristãos já batizados?

Converter-se é reconciliar-se com Deus, afastar-se do mal, para restabelecer a amizade com o Criador. Supõe e inclui o arrependimento e a Confissão de todos e de cada um dos nossos pecados. Uma vez em graça (sem consciência de pecado mortal), devemos propor-nos mudar a partir de dentro (em atitudes) tudo aquilo que não agrada a Deus.

O apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que «contém pecadores no seu seio» e que é, «ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação» (LG 8). Este esforço de conversão não é somente obra humana. É o movimento do «coração contrito» (Sl 51, 18) atraído e movido pela graça (cf. Jn 6,44; 12,32) para responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro (cf 1 Jn 4,10). Catecismo da Igreja Católica, 1428.

Viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d’Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova retificação

Contemplar o mistério

Entramos no tempo da Quaresma: tempo de penitência, de purificação, de conversão. Não é fácil tarefa. O cristianismo não é um caminho cómodo; não basta estar na Igreja e deixar que os anos passem. Na nossa vida, na vida dos cristãos, a primeira conversão – esse momento único, que cada um de nós recorda, em que advertimos claramente tudo o que o Senhor nos pede – é importante; mas ainda mais importantes e mais difíceis são as conversões sucessivas. É preciso manter a alma jovem, invocar o Senhor, saber ouvir, descobrir o que corre mal, pedir perdão. Cristo que passa, 57.

É necessário convencermo-nos de que Deus nos ouve, de que está sempre solícito por nós, e assim se encherá de paz o nosso coração. Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d’Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova retificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações, os santos desejos que faz brotar na nossa alma, e a pô-los em prática. Cristo que passa, 58.

Como concretizar o meu desejo de conversão?

De diferentes modos, mas sempre realizando obras de conversão, como por exemplo recorrer ao Sacramento da Reconciliação (Sacramento da Penitência ou Confissão), superar as divisões, perdoando e crescendo em espírito fraterno; praticando as Obras de Misericórdia.

Qual o sentido de praticar o jejum e a abstinência?

Deve cuidar-se o viver o jejum ou a abstinência não como uns mínimos, mas como um modo concreto com que a nossa Mãe a Igreja nos ajuda a crescer no verdadeiro espírito de penitência.

Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa primariamente as obras exteriores, «o saco e a cinza», os jejuns e as mortificações, mas a conversão do coração, a penitência interior. Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras; pelo contrário, a conversão interior impele à expressão dessa atitude cm sinais visíveis, gestos e obras de penitência (cf. Jl 2,12-13; Is 1,16-17; Mt 6,1-6. 16-18). Catecismo da Igreja Católica, 1430.

Contemplar o mistério

No Novo Testamento, Jesus refere a razão profunda do jejum, ao estigmatizar a atitude dos fariseus que observavam escrupulosamente as prescrições que a lei impunha, mas o coração deles estava longe de Deus. O verdadeiro jejum, repete noutra ocasião o divino Mestre, consiste antes em cumprir a vontade do Pai celestial, que “vê no segredo e te recompensará” (Mt 6,18).

FONTE: Sou Catequista – A rede de catequistas do Brasil! Compartilhamento de conteúdo sobre Catequese: apostilas, dinâmicas, notícias, cursos gratuitos e downloads

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

3º Domingo do Tempo Comum - Ano A 22/01/2023

 

Primeira Leitura do Livro do Profeta Isaías:

23b. No tempo passado o Senhor humilhou
a terra de Zabulon
e a terra de Neftali;
mas recentemente cobriu de glória o caminho do mar,
do além-Jordão e da Galiléia das nações.
9,1. O povo, que andava na escuridão,
viu uma grande luz;
para os que habitavam nas sombras da morte,
uma luz resplandeceu.
2. Fizeste crescer a alegria,
e aumentaste a felicidade;
todos se regozijam em tua presença
como alegres ceifeiros na colheita,
ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos.
3. Pois o jugo que oprimia o povo,
- a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais -
tu os abateste como na jornada de Madiã.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

SALMO RESPONSORIAL
O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO.
O SENHOR É A PROTEÇÃO DA MINHA VIDA. (BIS)


1. O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO;
DE QUEM EU TEREI MEDO?
O SENHOR É A PROTEÇÃO DA MINHA VIDA;
PERANTE QUEM EU TREMEREI?

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO.
O SENHOR É A PROTEÇÃO DA MINHA VIDA.


2. AO SENHOR EU PEÇO APENAS UMA COISA,
E É SÓ ISTO QUE EU DESEJO:
HABITAR NO SANTUÁRIO DO
SENHOR POR TODA A MINHA VIDA;
SABOREAR A SUAVIDADE DO SENHOR
CONTEMPLÁ-LO NO SEU TEMPLO.

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO.
O SENHOR É A PROTEÇÃO DA MINHA VIDA.


3. SEI QUE A BONDADE DO SENHOR EU HEI DE VER
NA TERRA DOS VIVENTES.
ESPERA NO SENHOR E TEM CORAGEM,
ESPERA NO SENHOR!

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO.
O SENHOR É A PROTEÇÃO DA MINHA VIDA. (BIS)

SEGUNDA- FEIRA
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:

10. Irmãos, eu vos exorto,
pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo,
a que sejais todos concordes uns com os outros
e não admitais divisões entre vós.
Pelo contrário, sede bem unidos e concordes
no pensar e no falar.
11. Com efeito, pessoas da família de Cloé
informaram-me a vosso respeito, meus irmãos,
que está havendo contendas entre vós.
12. Digo isto, porque cada um de vós afirma:
"Eu sou de Paulo"; ou: "Eu sou de Apolo";
ou: "Eu sou de Cefas"; ou: "Eu sou de Cristo"!
13. Será que Cristo está dividido?
Acaso Paulo é que foi crucificado por amor de vós?
Ou é no nome de Paulo que fostes batizados?
17. De fato, Cristo não me enviou para batizar,
mas para pregar a boa nova da salvação,
sem me valer dos recursos da oratória,
para não privar a cruz de Cristo da sua força própria.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:

10. Irmãos, eu vos exorto,
pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo,
a que sejais todos concordes uns com os outros
e não admitais divisões entre vós.
Pelo contrário, sede bem unidos e concordes
no pensar e no falar.
11. Com efeito, pessoas da família de Cloé
informaram-me a vosso respeito, meus irmãos,
que está havendo contendas entre vós.
12. Digo isto, porque cada um de vós afirma:
"Eu sou de Paulo"; ou: "Eu sou de Apolo";
ou: "Eu sou de Cefas"; ou: "Eu sou de Cristo"!
13. Será que Cristo está dividido?
Acaso Paulo é que foi crucificado por amor de vós?
Ou é no nome de Paulo que fostes batizados?
17. De fato, Cristo não me enviou para batizar,
mas para pregar a boa nova da salvação,
sem me valer dos recursos da oratória,
para não privar a cruz de Cristo da sua força própria.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.




sábado, 7 de janeiro de 2023

A SAGRADA EPIFANIA DO SENHOR

 

A EPIFANIA DO SENHOR

Inicia-se hoje, neste ciclo do Natal, o Tempo da Epifania. Em luga da palavra epifania (que significa manifestação) é também utilizada teofania (manifestação divina). No Rito Gregoriano, à festa da Epifania se seguem o Domingo da Sagrada Família (ao I Domingo depois da Epifania), a Comemoração do Batismo do Senhor (na oitava da Epifania, ou seja, dia 13 de janeiro) e mais dois a seis domingos a depender da data da Páscoa.

Todas essas festas têm uma íntima relação com a manifestação da divindade dAquele Menino nascido na manjedoura em Belém (pela Estrela, aos doutores, pela nuvem, pela conversão da água e pelos milagres operados) [1]. Tradicionalmente, principalmente entre os orientais, três são as principais manifestações do Senhor: aos Magos, no Jordão e nas Bodas. Passemos para a principal delas, a Epifania propriamente.

A importância desta festa vem do fato de que ela é para nós, não judeus, o Natal. No dia do nascimento do Salvador, os Anjos anunciaram aos pastores, que eram judeus, o exórdio externo da Redenção humana. Assim tinha que ser, pois são eles, os judeus, o povo escolhido a quem coube receber em primeiro a boa nova. Para nós, gentios, o anúncio da concretização da libertação do pecado se deu mais tardiamente.

Na festa da Epifania do Senhor (ou primeira teofania), quatro realidades são destaques: a Estrela, o Menino, os Magos e os presentes.

A Estrela que ilumina o céu, sinal da manifestação de Cristo, que os Padres ensinam ser um Anjo ─ provavelmente o mesmo Anjo que participou de todos os momentos do Verbo no tempo, desde o anúncio de Sua misteriosa Encarnação.

O Menino, o Verbo feito homem no sei da Virgem, que com Sua luz ilumina as trevas (cf. Jo 1,9). A Criança que é Deus, Rei e Homem.

Os Magos, vindos do extremo da terra para adorar a Deus. Neles, todos nós recebemos a notícia do Deus encarnado e identificamo-nos. Também neles, ao primeiro povo, é explicitado que o Emanuel veio para todos, mesmo que comamos apenas as migalhas da mesa (cf. Mt 15,27).

Os presentes: ouro, incenso e mirra: Rei, Deus e Homem. De fato, a Cristo Jesus cabem a realeza, a divindade e o sacrifício. A Ele não mais se oferecem esses dons, mas Aquele que nos presentes é declarado, imolado e tomado, Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Secreta).

Para além do acontecimento passado, a Liturgia que é sempre viva nos serve para o presente. Assim, a Estrela é a Santa Igreja que nos apresenta o Menino, que Se encontra nos braços daquela, que com seu consentimento nos deu o Salvador, a sempre Virgem Maria. Os Magos somos nós, os gentios, que apesar de não pertencermos ao povo escolhido, somos chamados a fazer parte da família de Deus (cf. oração Hanc igitur do Cânon da Missa). E os presentes resumem a Santa Encarnação: Rei, Deus e Vítima.

FONTE: A SAGRADA EPIFANIA DO SENHOR | Pela Fé Católica (pelafecatolica.com)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

BENTO XVI E UM POUCO SUA BIOGRAFIA:

 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-12/bento-xvi-biografia.html

A biografia de Bento XVI

Jospeh Ratzinger recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de junho de 1951. Em 25 de março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o arcebispo de München e Freising. Em 28 de maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Paulo VI criou-o cardeal no Consistório de 27 de junho desse mesmo ano.

Vatican News

O cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, Diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de abril de 1927 (Sábado Santo), e foi batizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições econômicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.

Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilômetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido “mozarteano”, que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.

O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazista mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração da Santa Missa.

Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja.

Até o mês de setembro de 1944 esteve alistado nos serviços auxiliares anti-aéreos.

Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de junho de 1951.

Um ano depois, começou a sua atividade de professor na Escola Superior de Freising.

No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese “Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho”. Passados quatro anos, sob a direcção do conhecido professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, conseguiu a habilitação para a docência com uma dissertação sobre “A teologia da história em São Boaventura”.

Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bonn, de 1959 a 1963; em Münster, de 1963 a 1966; e em Tubinga, de 1966 a 1969. A partir deste ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Regensburg, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade.

De 1962 a 1965, prestou um notável contributo ao Concílio Vaticano II como “perito”; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colônia.

A sua intensa atividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.

Em 25 de março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de München e Freising. A 28 de maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: “Colaborador da verdade”; assim o explicou ele mesmo: “Parecia-me, por um lado, encontrar nele a ligação entre a tarefa anterior de professor e a minha nova missão; o que estava em jogo, e continua a estar – embora com modalidades diferentes –, é seguir a verdade, estar ao seu serviço. E, por outro, escolhi este lema porque, no mundo atual, omite-se quase totalmente o tema da verdade, parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se desmorona se falta a verdade”.

Paulo VI criou-o cardeal, do título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório de 27 de junho desse mesmo ano.

Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de agosto, que elegeu João Paulo I; este nomeou-o seu Enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional que teve lugar em Guayaquil (Equador) de 16 a 24 de setembro. No mês de outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.

Foi Relator na V Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos realizada em 1980, que tinha como tema “Missão da família cristã no mundo contemporâneo”, e Presidente Delegado da VI Assembleia Geral Ordinária, celebrada em 1983, sobre “A reconciliação e a penitência na missão da Igreja”.

João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de novembro de 1981. No dia 15 de fevereiro de 1982, renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de München e Freising. O Papa elevou-o à Ordem dos Bispos, atribuindo-lhe a sede suburbicária de Velletri-Segni, em 5 de abril de 1993.

Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo.

A 6 de novembro de 1998, o Santo Padre aprovou a eleição do Cardeal Ratzinger para Vice-Decano do Colégio Cardinalício, realizada pelos Cardeais da Ordem dos Bispos. E, no dia 30 de novembro de 2002, aprovou a sua eleição para Decano; com este cargo, foi-lhe atribuída também a sede suburbicária de Óstia.

Em 1999, foi como Enviado especial do Papa às celebrações pelo XII centenário da criação da diocese de Paderborn, Alemanha, que tiveram lugar a 3 de janeiro.

Desde 13 de novembro de 2000, era Membro honorário da Academia Pontifícia das Ciências.

No dia 6 de fevereiro de 2013, durante o Consistório Ordinário Público para a canonização de alguns Santos, anunciou a decisão de renunciar ao ministério petrino com estas palavras: “Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro”.

O seu pontificado se concluiu em 28 de fevereiro de 2013.

Em seguida, Bento XVI foi morar na Cidade do Vaticano, junto ao Mosteiro “Mater Ecclesiae”, como Papa Emérito.

Na Cúria Romana, foi Membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica; e das Comissões Pontifícias para a América Latina, “Ecclesia Dei”, para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canónico, e para a revisão do Código de Direito Canónico Oriental.

Entre as suas numerosas publicações, ocupam lugar de destaque o livro “Introdução ao Cristianismo”, uma compilação de lições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e o livro “Dogma e Revelação” (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral.

Grande ressonância teve a conferência que pronunciou perante a Academia Católica Bávara sobre o tema “Por que continuo ainda na Igreja?”; com a sua habitual clareza, afirmou então: “Só na Igreja é possível ser cristão, não ao lado da Igreja”.

No decurso dos anos, continuou abundante a série das suas publicações, constituindo um ponto de referência para muitas pessoas, especialmente para os que queriam entrar em profundidade no estudo da teologia. Em 1985 publicou o livro-entrevista “Informe sobre a Fé” e, em 1996, “O sal da terra”. E, por ocasião do seu septuagésimo aniversário, publicou o livro “Na escola da verdade”, onde aparecem ilustrados vários aspectos da sua personalidade e da sua obra por diversos autores.

Recebeu numerosos doutoramentos “honoris causa”: pelo College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; pela Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; pela Universidade Católica de Lima, em 1986; pela Universidade Católica de Lublin, em 1988; pela Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; pela Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999; pela Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polônia) no ano 2000.

HISTÓRIA DE SÃO VICENTE DE PAULO

  São Vicente de Paulo  nasceu em 24 de abril do ano 1581, em Pouy, no sul da França e foi batizado no mesmo dia. Faleceu no dia 27 de setem...